sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Amanhecer branco



Amanhecer branco 

Jaz o sentido, a prece, o sonho
Jaz a tentativa, o irrefutável silêncio
do porão escuro do medo
Jaz a alma, já cansada
jaz a arma, já armada

destes testes, deste sonho
impalpável
de arranha-céu

Que é do teu corpo que se fazem prédios
Que é do teu amor vermelho que se tingem os céus

no silêncio destas catedrais, silencia
do aço destes teus punais, apaga tuas digitais
e alivia

só o tato resta, esvaecendo nosso último suspiro,
e um sorriso breve, que ecoa de  Auschwitz
e desbrava minha branca lucidez

Débora Regina Marques Barbosa/Manoel Guedes de Almeida
26/11/2012