terça-feira, 11 de novembro de 2008

As pernas flácidas de Zac Xibchac


pernas flácidas de Zac Xibchac


Reveja todos que você mais ama. Passe

com eles o máximo de tempo possível.

Tire fotos. Dê risadas. Diga besteiras.
Fale mal de quem não está. Grite bem alto.
Chore. Ame. Desame. Depois ame tudo de novo!


Soque a parede às vezes.

Independente de você querer ou não morrer
Você não vai morrer, pois a vontade não mata
Mas o que você faz com a vontade que sente
Pode te matar.

Não deixe o tempo passar sem que o sinta passar,
Pois o tempo, essa areia de praia morna
Que o Sol esquenta ao se levantar,
Tem a feliz e solitária sina de escorrer
Por entre nossos dedos quando o tentamos controlar.
E se sinta bem em saber disso...

Vá à praia. Pegue um punhado de vida.
Não olhe o mar, ele sequer existe. Feche os olhos.
Sinta o tempo sólido a pesar sobre tua palma.
Não o tente compreender
Em sua odisséia rumo a todos os outros tempos


Grão a grão, ele escorrerá ao chão
Como um sábio já doente
Que calmamente pára de lutar.

Sinta cada grão de silício em suas mãos...
E, por fim, nunca...
Nunca permita que seu tempo passe
Pelos dedos de outras mãos...

Manoel Guedes de Almeida
Santos-SP, quinta-feira, 17 de julho de 2008.

Des-abafo...

Des-abafo...

“Por que abdicar do meu sonho pelo sonho alheio é tão ruim? Não quero os sonhos que se vão ao amanhecer, não quero o idealismo propagado pela TV, nem a convicção de que o mundo é redondo e gira. O mundo não gira! Não entendo o porquê de tanta baboseira! Não tente me convencer de que sou estranho por querer-te bem, nem me diga que não dá a mínima, nem me julgue insano por me importar. É, eu me importo!, e adivinha... me sinto muito bem por isso.”




Manoel Guedes de Almeida
Santos-SP, sábado, 12 de julho de 2008.