sexta-feira, 17 de julho de 2009

Eterno retorno




Eterno retorno

Este mundo tolo e seus traumas...
O Sol morre, inda é dia! A Lua transtornada transpõe
este humano significado do retorno. Ninguém a nota.
[A noite é um chapéu-coco

Não chore. Toda lágrima é triste ânsia,
e prometestes calado, co’um urro acre de vida
não mais chorar

Todo humano tem seus temores e traumas e tormentos
E ama tudo isso mais que a si mesmo.
Todo homem ouve músicas e se humilha frente ao espelho,
Faz-se humilde às vezes, mera contradição do que o define,
mas bem disfarça.

Traz nas mãos um corpo, mas o corpo é ausência.
Suas mãos são velhas e trêmulas, é artista velho
impossibilitado de pintar o vão. O Mundo é vão.

Picasso sem tela. Debret desiludido. Van Gogh são.

E por mais racional que seja o oficio do ópio, este hospício,
Não há esconderijo suficientemente escuro nessa escuridão.

Ao fim de cada dia, sempre deixo aberta a porta desta casa
pequena e vazia.


Manoel Guedes de Almeida
Floriano-PI, 17 de julho de 2009.