No presente.
O agora atormenta
Como hastes fixadas aos pés
Como pregos sob os meus passos
E não quero seguir. E não posso.
Nem máquina do tempo. Que nem máquina de lavar.
Essas manchas secas de sangue e batom...
Que me atirem ao mar. Que sou de aço.
Talvez lá alguma sensatez.
E atravesso cada porta que acho.
Outra dimensão, outro sentimento talvez.
Mas o contorno continua o mesmo, de tinta.
E o cálice ainda é concreto. Imperativo.
E o concreto não gera flores ou filhos.
Que decepem as pernas e os girassóis.
Que não preciso deles no fundo do mar
Quando há um mundo sem alvorecer
E este corpo não me cabe mais.
Manoel Guedes de Almeida
Floriano – PI, 10/01/12