À poesia errante
É por ti, criança, esta unção de água e sal
Com que escrevo
com que dissolvo
Por ti que fazia versos em folhas de bananeiras
Por ti, singela, por ti que amavas sem mistificação
Mas a poesia atroz teu espírito corrompera
Nutrira-te de posicionamento político
De análises inúteis e esperanças vãs
Enchera-te do mundo e pintara a tua face frente ao mal
- Tatuaram marcas de balas no teu corpo
Sobre tu, meu pequenino, criança que vi nascer,
Que pus nos braços, e ninei... pousou tão cedo
A dor humana [dor sem fim...], minha criança...
Pobrezinha... se perdeu sem rumo, sem nome,
- naufrago do mundo
Este vasto mundo mundo mim
Manoel Guedes de Almeida
Teresina-PI, 12 de setembro de 2009.