quinta-feira, 18 de março de 2010

Prelude


Prelude

A vida é sempre mais fria nessas noites
                                             de insônia

Repousa o corpo sobre o chão disperso
Está cansado. O passado lhe pesa, a nostalgia.
Tantos retratos rabiscados a lápis...
Deus descendo sobre a montanha Porchat
E o arco-íris transeunte... e a chuva e o beijo...
- O guarda-chuva largado no ar!...

Mas o ar costuma ser muito frio nestas noites de insônia.
Noites de promessas talvez nunca cumpridas
Noites de amores não concretizados
De sorrisos perturbados e pensamentos vãos
[e dizes que a vida é assim, que viver é isto!

São nestas noites de insônia – noites de vivificação
Que o ar envolve os sonhos e os torna infinitos...
E não cabem em mim, que é pequeno e finito,
E que nada compreende ou quer compreender...
Que nada aceita, que nada esquece. Em mim
Tão insano e inútil quanto o Amor – amor e humanificação

Nestas noites de insanidade... Criança
Que bate à porta de Deus e corre.


Manoel Guedes de Almeida
Teresina, 18 de março de 2010.