domingo, 25 de outubro de 2009

O vaso colorido/Depois do eclipse



O vaso colorido/Depois do eclipse
A Manaira Carvalho

Pensei em fazer poema amigo
Poema com corpo e mãos
Poema que deite comigo nos corredores da vida

Plantar a flor que o poema seja
A metáfora primeira, o grão insolúvel, a indissociável rima
Repetição unissonante de palavras disformes, dissolutas,
Desprovidas de qualquer edifícil
Desnudas de qualquer significado inteligível

Que flor seja mais que flor, mais que a vida
Que flutue por estes versos – que seja mais, muito mais que humana.
Poesia anti-concreta, anti-efêmera, anti-delinear, anticristã.

Acariciar os teus versos suados
............................................as tuas mãos macias
A bem-aventurança da alma dispersa na Luz
...................................................da alma despida
A leveza de quem se desfez do mundo intangível
..................................do mundo repleto de axônios

Poesia-pessoa impalpável. Poesia-rosa anti-leucêmica.
Poesia que sorri e diz estar tudo bem.
Poesia da libertação.


Manoel Guedes de Almeida
Teresina - PI, 25 de outubro de 2009.