quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Bonecos de cera


Bonecos de cera


Apesar de tudo, ainda somos todos iguais.

Ainda dormimos e sonhamos os mesmos sonhos

Que outrora guiaram guerreiros, na impossibilidade de,

Como nós, sonhar.


Apesar de tudo, somos iguais.

Carregamos a mesma liberdade que há séculos fora idealizada

E dela fazemos pele e olhos e sonhos e vida

E nos fazemos nada


Inda sorrimos como antes, sem saber o porque.

E por isso erguemos bandeiras e marchamos

Frente ao Congresso com narizes de palhaço e

Canções imortais que não entendem.

Violamos nossa imortalidade.


Por isso gritamos gol como há 30 anos. Exatamente igual.

Por isso não queremos lembrar de nada da estação passada.

E por isso lemos tantos jornais. Tudo é mesmice.

O novíssimo testamento é escrito a lápis.


Eis o ponto onde perdemos nossas esperanças. Vasto mundo,

Tão vasto quanto uma nota de um dólar.


Manoel Guedes de Almeida

Floriano-PI, quarta-feira, 26 de agosto de 2009.