Bonecos de cera
Apesar de tudo, ainda somos todos iguais.
Ainda dormimos e sonhamos os mesmos sonhos
Que outrora guiaram guerreiros, na impossibilidade de,
Como nós, sonhar.
Apesar de tudo, somos iguais.
Carregamos a mesma liberdade que há séculos fora idealizada
E dela fazemos pele e olhos e sonhos e vida
E nos fazemos nada
Inda sorrimos como antes, sem saber o porque.
E por isso erguemos bandeiras e marchamos
Frente ao Congresso com narizes de palhaço e
Canções imortais que não entendem.
Violamos nossa imortalidade.
Por isso gritamos gol como há 30 anos. Exatamente igual.
Por isso não queremos lembrar de nada da estação passada.
E por isso lemos tantos jornais. Tudo é mesmice.
O novíssimo testamento é escrito a lápis.
Eis o ponto onde perdemos nossas esperanças. Vasto mundo,
Tão vasto quanto uma nota de um dólar.
Manoel Guedes de Almeida
Floriano-PI, quarta-feira, 26 de agosto de 2009.