As pedras do caminho
Quem me dera ser pedra,
Daquelas pedras
Do meio do caminho
Ah...!
Como eu queria ser pedra!
Quem me dera eu,
Ser pensante, andante, amante,
Sempre frágil,
Ser pedra,
Como as pedras que não gritam
Nem pensam na vida
Ou nos corações (de pedra)
Deixados pra trás...
Mamãe
Quando eu crescer
Quero ser pedra
Como as pedras do quintal
Que nem sonham serem pedras,
pois elas,
Sempre quietas, sempre imóveis,
Não sorriem ou choram
ou morrem ou amam,
Nunca passaram
De meras pedras introspectivas,
Esquecidas
Nos tropeços do caminho
Quem me dera ser pedra...
E se Deus me permitir,
Em outra vida,
Se numa pedra houver vida,
Quero ser pedra!
Manoel Guedes de Almeida
Floriano-PI, 23 de maio de 2007.
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