quarta-feira, 3 de junho de 2009

Epitálamo




Epitálamo

Por que, meu senhor, queres que eu me cale?!
Se paras, não paro, não te suporto assim
e, cardinal, não me calo

Quando ficas assim, tristonho
E tentas entender o por quê
Das coisas todas deste mundo..., olha,

Não chores não..., não assim, calado,
Impotente ante as trevas do passado
Nem penses que o amor é vão

O amor não é vão!
O vão das coisas é apenas ausência
[ausentemos-nos, então!

Cá, por um instante apenas me calo.
Não abalo mais a porta da tua ciência
Nem mais espreito a fechadura do teu ser – seja
Ou escondo-me tal qual criança tonta
Sob o véu do inexistente
[existamos?!

Pois se este peito pulsa, tu bem o sentes.

Trava os lábios, emudece...
Tremula e beija.



Manoel Guedes de Almeida
Teresina - PI, 20 de maio de 2009.








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