sábado, 12 de setembro de 2009

À poesia errante


À poesia errante


É por ti, criança, esta unção de água e sal

Com que escrevo

com que dissolvo

Por ti que fazia versos em folhas de bananeiras

Por ti, singela, por ti que amavas sem mistificação


Mas a poesia atroz teu espírito corrompera

Nutrira-te de posicionamento político

De análises inúteis e esperanças vãs

Enchera-te do mundo e pintara a tua face frente ao mal

- Tatuaram marcas de balas no teu corpo


Sobre tu, meu pequenino, criança que vi nascer,

Que pus nos braços, e ninei... pousou tão cedo

A dor humana [dor sem fim...], minha criança...

Pobrezinha... se perdeu sem rumo, sem nome,

- naufrago do mundo

Este vasto mundo mundo mim


Manoel Guedes de Almeida

Teresina-PI, 12 de setembro de 2009.

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