Cidadezinha
qualquer
Todo mundo tinha uma arma na mão
E qualquer ação devia ser meticulosamente pensada,
pesada, medida,
Calculada a distância de cada átomo
Havia pouca gente nas ruas, todos andavam de cabeças
baixas
Desprovidos de crença ou qualquer sentimento verdadeiro
E era impossível sorrir
Não havia filas, brigas, congestionamentos,
E só se morria de catástrofe e lassidão
Certo dia, alguma coisa mudara.
Não havia barulho nas ruas
E o cheiro de piche havia sumido
Os jornais não anunciaram notícia,
Todos os canais estavam fora do ar
Às 23h, todos de pena na mão,
Reclusos.
Pela manhã,
Cordas, balas, pulsos sem pulso
E corpos boiando no ar.
Manoel Guedes de
Almeida
Teresina-12/07/12.
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