quinta-feira, 12 de julho de 2012

Cidadezinha qualquer



Cidadezinha qualquer

Todo mundo tinha uma arma na mão
E qualquer ação devia ser meticulosamente pensada, pesada, medida,
Calculada a distância de cada átomo

Havia pouca gente nas ruas, todos andavam de cabeças baixas
Desprovidos de crença ou qualquer sentimento verdadeiro
E era impossível sorrir

Não havia filas, brigas, congestionamentos,
E só se morria de catástrofe e lassidão
  
Certo dia, alguma coisa mudara.
Não havia barulho nas ruas
E o cheiro de piche havia sumido

Os jornais não anunciaram notícia,
Todos os canais estavam fora do ar

Às 23h, todos de pena na mão,
Reclusos.
Pela manhã,
Cordas, balas, pulsos sem pulso
E corpos boiando no ar.  

Manoel Guedes de Almeida
Teresina-12/07/12. 

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