domingo, 16 de novembro de 2008

Temporão



Temporão

Espaço.
Preciso de espaço.
Meu coração pulsa e não ouço.
Falta-me o espaço
Onde se difunde o ar.

Paço.
Compulsão
De quem é humano
E passa (m)
Éter sucumbindo ao Tempo
Tempo desnudo
Desmundano mudo,
Sombra
De quem é disperso

Tenho pressa.
Os homens nus
Nos formigueiros
Das cidades ermas
Remoem-se aos montes
E também têm pressa

Tempo
Não mais me resta
Espaço
Não mais me resta
Presas
Não mais me restam
Tenho fome,
Leão já velho,
Tenho pressa.

Se foram todas as festas
E os amores incertos
As piadas na praça
Os sorrisos sem graça...
Não resta mais nada de nada em nada!

Os prédios todos vazios
As ruas todas desertas...
E mesmo assim
Falta-me espaço
E passo
Com o eterno peso do tempo
Arrastado
em correntes
rumo ao vazio do mundo etéreo
que é grande
Mas não me cabe


Manoel Guedes de Almeida
Floriano-PI, 07 de dezembro de 2007.

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