quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Solidão


Solidão

Solidão, pra quê?
O anticristo sonolento à cabeceira
As nuvens anunciando a estação...
E este inferno.
Solidão, pra quê?
As bancas de revistas, as noites perdidas nas praias, as pistas
Os filmes sem nexo surrealistas, com o amor o primeiro contato,
o ardor e o ato

Solidão, por quê?
E entras pela janela fechada, penetra nos poros da pele e se dissolve
Em cada gota de suor e sangue que resta. Solidão por quê?
Por que me leva dos abraços e mata, paulatinamente, tudo que é vivo e capaz
Por que só posso ser solidão? Por que me fizeste matar a todos que amei?

Trago comigo o fardo do meu primeiro poema lido:
- a gente sempre destrói aquilo que ama.

E talvez nem precise ser feliz, basta não sofrer.


Manoel Guedes de Almeida
27 de setembro de 2010.
Teresina – PI


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