sábado, 24 de outubro de 2009

As Mãos que sustentaram o mundo


As Mãos que sustentaram o mundo

As Mãos que outrora ergueram o mundo
Já tremem exaustas e vestem luvas
Temem contaminarem-se com os vermes do conhecimento
Tão letais para o que é Saber

As Mãos que outrora ergueram o mundo
Dizem Adeus em silêncio.
Não ousam proferir qualquer palavra
Pois tantas já foram ditas escritas e esquecidas
Nas páginas de livros que seria tolice desperdiçar
Seus últimos dias em vão

As Mãos, aquelas Mãos sem idade,
Agora suam, tremem, e sentem frio
Há rugas sob a pele necrosada e pus que escorre
Em finos fios

Aquelas Mãos velhas que um dia sustentaram a vida
Agora são desnecessárias
Dizem o outdoor e o neon nas avenidas
Há máquinas sustentando máquinas
Chips gerando vida in vitro
E o que fora paterno toque passional
Agora é garra fria de metal INOX

Aquelas Mãos austeras não compreendiam
O Autismo do mundo que criara, mundo que criara o Mundo
Repleto de monstros e fadas, todos asfixiados
- as nuvens são de poluição


Manoel Guedes de Almeida
Floriano – PI, 08 de dezembro de 2007.

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